Ciro Gomes, o gênio incompreendido
Ciro Gomes, o grande estrategista, que jamais conseguiu passar dos 12 por cento em qualquer eleição presidencial que disputou, está se esforçando para, mais uma vez, não passar desse percentual. E dessa vez eu prevejo que não alcançará os dois dígitos. Ciro Gomes despreza a inteligência do seu eleitor. Na sua última live do “Ciro Games”, resolveu falar do humorista Gregório Duvivier. Sim. Um presidenciável se importar com aquilo que um humorista fala ou deixa de fazer. E o pior de tudo, um humor fraco. No seu último programa, o apresentador dedicou seu programa a falar do novo grande salvador da Pátria, Ciro Gomes. Esse programa chegou a um milhão de visualizações no YouTube. Parece muito se a gente esquecer que o Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes.
Gregório, apesar de ter apresentado um humor fraco e que só conseguiu arrancar risadas da sua plateia de pessoas que estão ali justamente pra fazer esse papel, traz uma série de reflexões interessantes sobre Ciro Gomes. São 30 minutos de informações. Algumas menos importantes que outras. Por exemplo, pelo vídeo do Greg News descobri que Ciro trabalhou para o Beach Park.
Ciro, por sua vez, diz que trabalhava pra uma empresa que não era o Beach Park. Trabalhava pra empresa que administrava o Beach Park. Ou seja, Ciro caiu na armadilha humorística de achar que seria uma piada trabalhar no Beach Park.
A saga do Beach Park mostra muito bem quem é Ciro Gomes, alguém que não entende como usar aquilo que tem a seu favor. O presidenciável poderia muito bem ter perguntado se a população prefere votar num torneiro mecânico ou num capitão expulso do exército. Apenas pra continuar na “piada”. Mas não é essa a única situação que Ciro não usa ao seu favor, e muitas vezes usa contra seu próprio interesse. Ciro despreza aquilo que o povo fala para ele. Diz que o Brasil não deve votar num “salvador da Pátria” mas age, inconscientemente, como se fosse um.
Ciro jamais dá bola para o que falam para ele. Parece não ouvir ninguém. Parece não ouvir a voz do povo. As pessoas vivem falando sobre a “ida para Paris” e ele parece se orgulhar disso. Gregório Duvivier falou sobre a “ida para Paris” e mais uma vez Ciro desconversou. Quer dizer, a maior parte das pessoas acham que aquilo foi algo de péssimo tom. Aquelas pessoas que poderiam votar nele acham uma atitude covarde e sem sentido. E o que Ciro pensa sobre isso? Não se importa. E sabe por qual motivo não se importa? Porque na mentalidade de gênio superior da humanidade, ele acha que as pessoas estão contrárias a ele e falam isso apenas para dificultar a sua campanha porque agora viraram “lulopetistas” doentias.
Um grupo de pessoas falam que votaram no Ciro e quando as pessoas dizem o motivo sempre aparece “Paris” no meio. Imagina se o psicólogo ignorasse tudo aquilo que seu paciente fala na consulta? Esse é Ciro. É o psicólogo que não se importa com o que o paciente fala.
Ciro acha que a população é burra, pois ele é o único que tem um “projeto” de país. Isso porque escreveu um livro. Eu li o livro. E afirmo com todas as letras que muitas das coisas escritas no livro, tentaram ser implementadas pelo PT. Algumas foram pra frente, outras não. Justamente porque não depende só do presidente e de seus ministros. Justamente porque existe o Congresso e o Senado.
Cirominion, quantas vezes na “Ciro Games” tu já viu o Ciro Gomes falar como irá articular com o Congresso e o Senado para fazer as reformas estruturais que só ele sabe que fariam o Brasil ir para frente? Ciro mostra o plano, como se apenas ele tivesse um. O que ele não mostra, são os caminhos de como implementar esse plano com um parlamento que, no geral, defende o interesse daqueles que os financiam e não o “povão”. Ou seja, Ciro fala do modelo econômico que está errado. Ciro fala dos bancos que estão errados. Ciro fala da elite financeira. Ciro não fala exatamente os passos que utilizará para combater esses problemas com uma classe política que é, em parte, financiada por esses mesmos agentes.
Basicamente o último parágrafo é o motivo de eu não votar no Ciro. Justamente porque eu concordo muito com o Ciro na questão de não existirem salvadores da pátria. Eu não poderia concordar mais com Ciro. E justamente por isso não irei votar nele. Porque sei que ele também não será.